1. conhecer gentes anônimas todos os dias;
2. escrever.
( no bairro tenho um rol de amigos que são feirantes, garçons, frentistas, ambulantes, seguranças..... sem contar meus porteiros, que amo. Quando vou ao posto, sempre o mesmo, os frentistas fazem ''vum" e me cercam, e cada um pergunta uma coisa, todos são apaixonados por Sampa, todos nordestinos, um voltou agora de Pernambuco e diz que só ficaria lá se morresse. E....... tomam partido, uns pró Marta, outros Lula, só tem um tucano. Dá umas discussões deliciosas. No final do ano levei chocolates a todos. O da noite trabalha aos sábados sozinho, Moura, então eu ficava lá orientando os carros que paravam só pra perguntar de ruas onde tinha alguma balada. O Moura não esquece! fui lá sábado com a Olga e ele simplesmente não cobrou o estacionamento. Parei de ir porque a gratidão dele me intimidava. O único morador da rua chama-se Dario e é tido como débil mental, e somos amigos há anos. Outro dia eu tava na banca de jornal da padaria e ele me entregou um pacote de bolacha. Ele tava dizendo: ''Você me conhece, sabe que não peço nada nunca, mas uma mulher me deu essa bolacha, então tô te dando ela''. O carinha da banca arregalou os olhos, ''nunca vi ele se dirigir a alguém aqui'' e eu, obviamente, deixei a bolacha na banca. Ele fez tudo mudo, e eu entendi, então me acho gênio!
"Elogio em boca própria é vitupério'' diziam os antigos. Mas já que vou fazer parte de um blog.............................................................................
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